As 5 mais lidas de 2018. E o que elas dizem sobre Bauru
A morte de Christian, os colégios militares, a especulação imobiliária, os assentamentos e a luta de Marianna; reportagens que falam da cidade e de quem vive por aqui
Reportagem publicada em 14 de janeiro de 2019
Por Bibiana Garrido
105 reportagens em texto foram produzidas pela equipe do Jornal Dois em 2018. Seja na política, na cultura ou nos esportes, o que nos move é fazer um jornalismo humanizado e próximo das pessoas. Queremos explicar o porquê das coisas que acontecem em Bauru. E explicamos.
As cinco mais lidas de 2018 retratam uma cidade violenta, em que as pessoas são encontradas mortas sem sabermos o motivo. É o caso de Christian, carteiro, pai de dois filhos, achado sem vida debaixo de um viaduto. Retratam uma cidade em que cresce a educação militar e que afasta pessoas por conta da especulação imobiliária.
Um acordo histórico entre a Prefeitura Municipal de Bauru, o Ministério Público e os assentamentos urbanos foi destaque no J2 ano passado — poucos meses depois, a estabilidade das famílias que não conseguem pagar um aluguel e não tem para onde ir tornou a ser ameaçada.
A luta de Marianna, pastora negra e lésbica, também chamou a atenção dos leitores e leitoras em 2018. Ela quer uma igreja inclusiva para a população bauruense LGBTI.
Relatar desigualdades e fortalecer a resistência de movimentos e grupos sociais faz parte dos princípios que guiam nosso trabalho como mídia independente. Veja, a seguir, como isso é colocado em prática.
1. Quem matou Christian? Detalhes que a mídia não contou
A família de Christian Luis Bastos de Assis procurou nossa equipe depois que o carteiro concursado foi encontrado morto, na manhã do dia 3 de agosto de 2018.
Christian morava com a esposa Glauciene da Silva Pessôa, e tinha dois filhos.
Na certidão de óbito, a causa da morte apontada foi um traumatismo craniano. Os parentes contam que a única lesão aparente no corpo era um afundamento na testa. A investigação continua em andamento e consta sem novidades na Polícia Civil. Leia aqui.
2. Educação e disciplina nos colégios militares de Bauru
Duas escolas da cidade aplicam o modelo de ensino militar: a Escola Pré-Militar e o Colégio da Polícia Militar de Bauru. Os princípios que regem essas instituições são: honra, disciplina, saber, honestidade, hierarquia, estudo e disposição.
O Colégio da Polícia Militar é mantido pela Cruz Azul de São Paulo. A Escola Pré-Militar vem da Força Patriota Estudantil (FOPE) e não tem certificado do Ministério da Educação — oferece um curso auxiliar e preparatório para formar recrutas pré-militares.
Nesta reportagem, o Jornal Dois entrevista coordenadores, responsáveis e estudantes de cada escola para contar como funciona o ensino. E traz a análise de uma pesquisadora sobre esse tipo de projeto educacional.
3. Quanto custa morar em Bauru? O Mapa da Especulação Imobiliária na cidade
A equipe do J2 pesquisou preços de imóveis nas zonas sul, leste, oeste e norte de Bauru para ver como as regiões afetam os negócios imobiliários. Foram selecionados 80 casas e apartamentos, ofertados por imobiliárias de cada região e mapeados entre os mais caros e mais baratos.
Os mais caros estão na região sul de Bauru, sendo que 45% deles são de loteamentos e condomínios residenciais. Os mais baratos se concentram nas áreas leste e oeste da cidade. 70% das ofertas da imobiliária da Zona Norte estão nos bairros mais afastados do centro de Bauru.
Para ver a reportagem completa e entender por que isso acontece, clique aqui.
4. Prefeitura de Bauru assina acordo inédito com assentamentos do MSLT
O Ministério Público, a Prefeitura Municipal de Bauru e o Movimento Social de Luta dos Trabalhadores (MSLT) assinaram um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para legalizar o recebimento de famílias sem-teto em um terreno abandonado. Foi assim que surgiu o maior assentamento urbano da história de Bauru: o Nova Canaã.
No acordo, firmado em janeiro do ano passado, o compromisso era que 713 famílias poderiam ficar por três anos na propriedade, que tem dívida com o município por conta de IPTU atrasado. Cursos profissionalizantes seriam oferecidos pela prefeitura para capacitar as pessoas a melhorarem de condição social. Assentados relatam à equipe do J2 que nada disso aconteceu.
A reportagem acompanhou a negociação do Nova Canaã pelo lado de dentro das portas fechadas à imprensa. Veja como tudo aconteceu.
5. Pastora, negra, lésbica: Marianna quer uma nova igreja para Bauru
O J2 conheceu Marianna Bastos durante a cobertura de uma manifestação no centro da cidade. Ela gritava “Ele não!” em seu discurso na frente da antiga Estação Ferroviária, e se apresentou: pastora, negra e lésbica.
De uma vida de luta, passada por momentos violência e preconceito, Mariana respira resistência dentro e fora da igreja evangélica. Começou a pregar com sete anos e não parou mais. Hoje, com 25 anos, trabalha para criar uma nova comunidade inclusiva para a população LGBTI.
Conversamos em sua casa para contar essa história.
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