Maracatu Batuca Ada se apresenta em Feira Cultural
Novo grupo é formado por estudantes e professor da Escola Estadual Ada Cariani Avalone
Reportagem publicada em 16 de dezembro de 2017
Por Bibiana Garrido
Alfaiais, gonguês, ganzás, agbês e atabaques são alguns dos instrumentos que compõem o maracatu. No Batuca Ada, a maioria é de confecção própria. Faz mais ou menos seis meses que o grupo se reúne aos sábados, na escola da família da Ada Cariani, no Mary Dota, em Bauru (SP).
O grupo integra a programação da Feira Cultural do Balaio de Krishna, que também conta com oficina de horta orgânica, conversas sobre vegetarianismo e veganismo, venda de roupas, artesanatos e comidas. A feira acontece nesse sábado (16) até as 20h da noite, na rua Antônio Garcia, 6–60.
Foi na tentativa de chamar a atenção dos alunos que o professor de Educação Física Alberto Pereira viu no batuque uma alternativa. Quando os jovens conversavam durante a aula, o professor batucava na mesa em vez de dar bronca.
“Perceberam a batucada e… opa, professor, como é que faz isso aí?”, conta Alberto, que já integrou o grupo bauruense Maracatu Abayomi. “A gente entrava em sintonia e a aula começava mais tranquila”.
Estudantes do sétimo ano ao terceiro colegial demonstraram interesse logo na primeira oficina de maracatu organizada na escola.
A batida do maracatu é repleta de elementos que remetem às religiões de culto aos orixás, o candomblé e a umbanda.
Sob o sol e o céu azul, Batuca Ada trouxe a força do baque para a Feira do Balaio.
“Foi um pouco difícil, mas com um pouco de prática você vai pegando. Eu comecei a tocar e fui ganhando mais experiência”, responde Gabriela Carvalho, quando pergunto se ela já sabia tocar algum instrumento.
No Ada, professores e alunos tiveram que lidar com o preconceito por conta da relação da música com a religião. O ensino das culturas africanas, afro-brasileiras e indígenas nas escolas é obrigatório por lei.
“Tinha muito mais gente [no grupo], mas por conta do preconceito, por religião também, os pais não aceitaram. Ainda tem alguns que sofrem com isso, mas mesmo assim estão com a gente”, diz Guilherme Alves, do Batuca Ada.
Alberto explica que ainda assim recebem apoio da escola e de outras professoras e professores: “Isso fez com que a gente pudesse andar e chegar onde a gente chegou”.
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