Princípios editoriais

O Jornal Dois surge com a proposta de ampliar o debate em Bauru. Somos um grupo de jornalistas, designers, colunistas que pretende apresentar a informação de um jeito diferente: o da mídia radical.

Mídia, um meio que dá suporte à produção e compartilhamento de conteúdo. Radical, que procura chegar à raiz dos problemas. Acreditamos que a diversidade de informação é fundamental para um jornalismo mais justo e democrático.

Isso significa que estamos do lado que coloca em xeque as notícias dos grandes jornais, TVs e rádios. Muitas vezes, esse tipo de mídia trata dos assuntos com vista grossa e prezam mais por interesses econômicos do que pela responsabilidade com o público.


Evento da Casa do Hip Hop no prédio da Estação Ferroviária (Foto: Lucas Mendes/JORNALDOIS)

 

O Jornal Dois é um veí­culo de contraponto às formas como as desigualdades e opressões são veiculadas na mídia tradicional e se posiciona contra as políticas de exclusão do capitalismo, que visam o lucro ao invés da vida das pessoas.

Não somos uma mídia tradicional. Em nossos conteúdos vamos dar destaque aos pontos de vista de grupos sociais que não costumam ser retratados nas notícias. A partir de um olhar humanizado, queremos discutir não apenas os fatos, mas as consequências que eles podem ter na vida das pessoas.

O Jornal Dois não é um veículo que busca o lucro, nem funciona como uma empresa. Com isso, buscamos criar ligações mais diretas e comprometidas com as classes populares, sem compromisso com a publicidade e sem qualquer tipo de dependência editorial.

Entendemos que a sociedade é complexa, contraditória e está dividida em classes. Os meios de sobrevivência e de trabalho estão distribuídos de forma desigual entre essas classes. Mas, também consideramos que a luta de classes na realidade brasileira precisa de uma leitura de contexto mais ampla e interseccional, levando em conta questões de raça, sexualidade e gênero.

As relações concretas da vida em sociedade são o ponto chave para compreender a ação humana na história. Reconhecemos que a vida das pessoas não se reduz às condições impostas pelas classes dominantes.

Vemos o jornalismo como um meio social de produção de conhecimento e, por isso, defendemos a autonomia do leitor para buscar diferentes fontes de informação.

Compreendemos que a objetividade jornalística está no campo do conhecimento e faz parte do processo humano de entender o mundo à nossa volta. Assumimos que essa objetividade pode ser atingida através de métodos e práticas que vão nortear a produção do Jornal Dois.

Fazer jornalismo com objetividade é estudar acontecimentos e noticiar fatos levando em conta seus contextos históricos, políticos e culturais. É construir textos, áudios e vídeos que vão direto ao ponto, sem espaço para sensacionalismo e especulação.

As ideias de isenção, imparcialidade e neutralidade no jornalismo não existem. Elas estão no campo da moral e não se aplicam quando nos deparamos com uma realidade desigual e complexa.

Todo veículo de comunicação já tem seu lado bem definido, mesmo que essa posição não esteja divulgada ao público. A questão é: de que lado estamos e que valores defendemos?

O Jornal Dois acredita no exercício de um jornalismo responsável e na defesa dos Direitos Humanos. Bauru é uma cidade onde esses direitos não são garantidos para grande parte da população. Nosso objetivo é revelar essas contradições de forma acessível e livre dos interesses econômicos que distorcem as notícias dos veí­culos locais e dificultam o entendimento dos problemas reais e profundos da cidade.

Vamos falar de polí­tica, sociedade e direitos nas editorias de “Praça Pública” e “Direito à Cidade”. Em “Rolê”, o assunto é arte e programação cultural. “Resistência” vai retratar lutas individuais e coletivas na nossa cidade.

Estamos comprometidos com a produção de informação de qualidade para a população bauruense.