Fábrica de playgrounds, planetário, informatização via SMS: conheça os planos dos candidatos à Prefeitura de Bauru
O Jornal Dois analisou as principais propostas dos planos de governos, que apresentam desde a revitalização do centro e novas ciclovias, até a criação de incubadoras para startups e internet nas escolas
Publicado em 29 de outubro de 2020
Por Lorenzo Santiago
As eleições municipais de Bauru neste ano têm o maior número de concorrentes à prefeitura desde 1988: são 14 candidatos ao cargo. A última vez em que a cidade chegou perto de tantas opções de voto foi em 2004, com oito postulantes. Para conhecer melhor os candidatos, o Jornal Dois resumiu os planos de governo, mostrando as principais propostas de cada prefeitável para o município.
A equipe de reportagem leu todas as propostas de cada um dos candidatos disponíveis no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e estabeleceu os seguintes critérios para selecionar quais seriam as demonstradas no texto:
- Foram consideradas propostas concretas, que explicam, de alguma forma, as ferramentas para a execução;
- Não consideramos propostas abstratas, que estão no campo das ideias. O uso das palavras “incentivar”, “fortalecer”, “aprimorar” e “intensificar” são alguns dos exemplos de promessas que não mostram de forma prática os objetivos para a cidade, como no trecho: “Incentivar e fomentar a realização de eventos como festivais, feiras, apresentações e encontros”. A proposta não apresenta como isso seria feito;
- Foram desconsideradas propostas citadas pela maioria dos candidatos, como reparação do asfalto, coleta seletiva e água para toda a população e propostas que abordavam projetos já em andamento, como o vídeomonitoramento ou o término da construção da Estação de Tratamento de Esgoto.
Todos os planos contavam com pelo menos um erro de ortografia e digitação. Foram destacados os planos que contavam com equívocos frequentes. O plano do candidato do PCO, Vagner Crusco, não estava disponível no TSE, por isso não foi considerado.
O plano de gestão do atual vereador começa com a explicação sobre o que ele considera ser a principal causa da crise econômica de Bauru: a falta de profissionalismo nas gestões municipais. Para isso, Bussola propõe uma administração com serviços públicos fortalecidos e uma gestão descentralizada em administrações regionais na cidade.
O candidato apresenta a Fundação de Previdência dos Servidores Públicos Municipais Efetivos de Bauru (FUNPREV) como um órgão a ser fortalecido em seu plano. Na área da saúde, Bussola promete criar o Hospital Municipal de Bauru, além do Cartão pela Vida, que armazenaria todas as informações médicas do usuário. O plano ainda traz como projetos o atendimento psiquiátrico 24h e atendimento móvel para a população rural.
Os focos na gestão da educação, para Bussola, serão o oferecimento de aulas de música, dança, esportes e idiomas em todo o ensino fundamental, oferecimento de três refeições por período nas escolas, internet gratuita para todos os alunos, instalação de creche no centro da cidade além de creches noturnas e em período integral. Na assistência social o plano traz o objetivo de transferir a sede da Secretaria do Bem-Estar Social (Sebes) para o região central do município, criar um centro o de acolhimento à mulher vítima de violência doméstica e o programa VIVA CRIANÇA, para acompanhar o desenvolvimento das crianças desde a primeira infância.
No campo da cultura, Bussola tem como destaque o programa Cultura de Periferia, com incentivo financeiro para quem promove cultura no que ele chama de “cinturão da pobreza”. Pretende criar o Circuito Cultural Bauruense – para turismo cultural -, o Programa de Formação e Propagação Cultural Bauruense e a abertura do Centro Cultural e Educacional “Noroeste do Brasil” na Estação Ferroviária de Bauru.
Para a mobilidade urbana, o PSD propõe a criação do programa “BikeBauru”, mas não explica o que e como seria. Promete a implementação de ciclovia em toda a malha ferroviária do perímetro urbano e a instalação de “semáforos inteligentes”. O plano fala em “desburocratizar a administração pública”, mas não explica o conceito e de que forma isso seria executado.
A retenção especulativa de imóveis urbanos que estiverem em condições de subutilização ou não utilização é uma das promessas de campanha. O documento não explica o que pretende fazer com esses imóveis. No campo ambiental, Bussola promete atuar na recuperação das matas ciliares do Rio Batalha e do córrego Água Parada, além de cobrir toda a cidade com coleta seletiva.
O candidato promete ainda fazer uma ampla auditoria para a liquidação da Cohab, responsabilizando a Caixa Econômica Federal por déficits na companhia e uso de recursos federais.
O atual prefeito Clodoaldo Gazzetta aposta no discurso de continuidade dos trabalhos para a reeleição. O plano da coligação apresenta o trabalho do prefeito nos últimos quatro anos e explica que, após a última gestão a chapa já “conhece bem as ações necessárias para transformar a vida das pessoas”.
O plano começa com propostas referentes à retomada econômica a partir da atração de empresas de fora para Bauru por meio de menores impostos. Gazzetta também tem a ideia de realizar Parcerias Público-Privadas (PPPs) no tratamento dos resíduos sólidos e passar para a iniciativa privada a área pública do aeroclube.
Na Secretaria de Planejamento (Seplan), a proposta da coligação é criar um Observatório da Cidade, que seria uma ferramenta para monitorar os indicadores sociais em parceria com órgãos municipais. O atual prefeito promete dar continuidade nas licitações que visam a “revitalização do centro”, com a injeção de R$ 50 milhões em reformas e a construção de um Mercado Municipal no antigo prédio da FEPASA.
A chapa promete manter o DAE e a EMDURB sob responsabilidade do município, mas também tem a proposta de criar um Centro Administrativo Municipal que vai “integrar” as secretarias em um prédio. O centro seria administrado via PPP e o documento não explica o que seria essa integração. A “desburocratização” também é um termo muito usado no documento e, dentro disso, um dos objetivos é criar uma Porta Única para o cidadão, que seria um espaço para o bauruense obter documentos e licenças sem precisar recorrer à cada secretaria.
Mesmo com propostas de privatização, o plano dedica duas páginas de propostas voltadas para a manutenção dos direitos dos funcionários públicos. Para continuidade do Plano Diretor Participativo, Gazzetta tem a proposta de instituir os Planos Diretores de Bairros, para cada região da cidade. A chapa promete criar o programa Centro de Distribuição de Comércio da Agricultura Familiar para integrar os produtores rurais e possibilitar a venda de produtos para merendas escolares.
Na saúde as propostas são de ampliar os programas já existentes e implementar atendimentos especializados para públicos como crianças e homens. Na educação, a ideia destacada é usar o prédio da Estação Ferroviária para a Secretaria de Educação e abrigar o que o plano chama de “Estação Educação Arte”, que seria a sede de atividades para alunos no período do contraturno. Essa mesma proposição esteve no plano de governo de Gazzetta para as Eleições 2016, com a diferença de que o nome a ser dado para o local seria “Estação Arte”. Em 2020, o político promete também criar um planetário no Parque São Geraldo.
A chapa propõe a criação da Coordenadoria da Mulher e da Coordenadoria do Juventude para elaborar políticas públicas para igualdade de gênero e desenvolvimento infantil. Para a cultura, Gazzetta promete implantar uma nova Pinacoteca Municipal e o projeto Circulação Cultural nos Bairros, que promete descentralizar a cultura por meio da compra de tendas infláveis para aulas e apresentações nos bairros.
O plano dedica um trecho para mudanças na área do esporte. Destacam-se propostas como a criação do projeto Vem Dançar Comigo, voltado para a dança de salão para idosos em centros esportivos. A reforma dos estádios distritais também é um objetivo, incluindo estádio Edmundo Coube que, nessa gestão, passou por uma reforma no gramado que durou mais de um ano.
Um dos principais motes da gestão foram os parques lineares nos fundos de vale, presentes no plano de 2016, e que também fazem parte das propostas de governo para o próximo quadriênio.
A campanha de Edu Avallone tem um mote definido logo na entrada do plano de governo: a recuperação da crise gerada pelo coronavírus. Para isso, o candidato aponta como principal caminho o enxugamento da máquina pública. Ainda assim o plano de Avallone entende que o poder público é o responsável pelo desenvolvimento da economia municipal, com obras e a oferta de condições para a entrada de empresas em Bauru.
Nesse sentido, Edu propõe a criação de um novo Distrito Industrial e de um Conselho de Desenvolvimento ligado ao gabinete do prefeito. Para fortalecer o comércio local, Edu propõe criar uma Unidade Móvel para formalizar os pequenos negócios e oferecer orientações com consultores especializados.
Para a educação, as propostas concretas de Avallone são as atividades em tempo integral nas escolas, os cursos de férias para os alunos e o acesso de professores a cursos de pós-graduação de universidades particulares por meio de convênios. Na cultura, o foco é a preservação dos espaços públicos.
As propostas para a Secretaria Municipal de Esporte e Lazer (Semel) passam por parcerias com universidades para oferecer práticas esportivas em espaços públicos de forma orientada. O candidato tem a ideia de usar as escolas como centros de convivência para pais e alunos. As PPPs seriam exploradas na secretaria de Obras para, segundo o documento, “viabilizar as obras necessárias para a cidade”, sem explicitar quais são as principais demandas.
Na saúde, além da manutenção dos espaços, o candidato promete o cartão saúde Bauru, mas não explica o que seria isso. A gestão do meio ambiente apontada por Edu é direcionada a partir da criação de programas de preservação e monitoramento das nascentes e rios do município, além da recuperação das Áreas de Preservação Permanente por meio do plantio de mudas. O candidato promete também a construção de um Pronto-Socorro Animal Municipal.
O plano apresenta como proposta na assistência social a criação de uma Casa do Acolhimento da Mulher vítima de violência doméstica “através de parceria com terceiro setor”. Outra proposta é construir o Centro Integrado da Mulher Empreendedora, com o objetivo de capacitar mulheres “carentes” (sic) com cursos e oficinas profissionalizantes.
Ainda na assistência social, a campanha do REPUBLICANOS promete implementar o Núcleo de Atendimento Integral ao adolescente em cumprimento de medida socioeducativa, seguindo as diretrizes do Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (SINASE).
Por fim, o plano aborda a segurança pública com foco na criação de conselhos comunitários de seguranças nos bairros e a troca de todos os pontos de luz de iluminação pública, por meio de leis das PPPs.
O princípio que orienta a campanha de Gerson Pinheiro é a austeridade fiscal (corte de gastos públicos). O resumo tem quatro páginas que, além de ter as ideias de transparência e efetividade (sem propostas concretas), traz frases motivacionais e religiosas como: “DEUS abençoe cada um de vocês, DEUS abençoe cada família, DEUS abençoe Bauru!”.
O partido apresenta como pilares da gestão a educação, a saúde e a reconstrução social. Dentre os projetos para a economia está a geração de emprego e renda por meio de capacitação profissional, que, segundo a chapa, ocorreria com a “formação de empreendedores como ferramenta para a formação de profissionais para o mundo da inovação”.
Outra proposta é a criação de um Parque Tecnológico para desenvolver uma nova matriz econômica. A proposta não explica de que forma isso seria feito, só relata que seria formado por diversos setores da sociedade. A troca de toda a iluminação pública para lâmpadas de LED e a transformação do Carnaval por meio de parcerias com a iniciativa privada são levantadas com destaque no plano.
Em todo o documento, a chapa propõe parcerias com o setor privado em diversas frentes, sem detalhar os modelos adotados para essas parcerias. Um dos pontos levantados é a valorização do funcionário público com “premiações e garantia dos direitos conquistados por esses trabalhadores”.
Gerson promete atender não só às vítimas de violência doméstica, como ao que o plano chama de “outra parte envolvida”, por meio de grupos de reflexão com os autores das agressões.
Na saúde a proposta prática de Gerson é a avaliação dos atendimentos pelos usuários por torpedo SMS, enquanto na educação o objetivo é ampliar a escola em tempo integral e implementar o programa “Bauru Alfabetizada”, com o objetivo de erradicar o analfabetismo adulto por meio do fortalecimento do programa Educação de Jovens e Adultos (EJA).
Outro destaque do plano é a implementação do monitoramento da cidade por câmeras, processo que se iniciou com a compra das câmeras em 2018, mas que só começou a primeira parte de instalações em agosto de 2020.
O plano de governo de Kim tem três páginas com as propostas resumidas para cada pasta. Na cultura, destacam as propostas para a realização de mais shows em praças e a criação de escolas de teatro e música.
Na Secretaria de Obras, o objetivo é dar início a construção da Avenida Água do Sobrado, construção de piscinões na Avenida Nações Unidas e a ampliação de ciclofaixas e ciclovias. No centro, a ideia é utilizar a estação ferroviária como sede de Secretarias Municipais.
O plano tem também a proposta de construir moradias populares por meio de “muntirões” (sic).
O plano de governo de Jorge Moura destaca a construção coletiva do documento e das propostas apresentadas. A geração de emprego e renda e o respeito à diversidade são os pilares que guiam as propostas do candidato do PT. Segundo o documento, os eixos foram pensados de forma conjunta, intersetorial para que as políticas públicas sejam “mais eficientes”.
O primeiro eixo abordado é chamado “Tecnologia, Geração de Renda e Gestão Eficaz Democrática”. Nessa área, as principais propostas são a criação de um Banco Comunitário Popular, por meio de convênios com organizações da sociedade civil e parceria com universidades, além de uma moeda social que seria constituída pelo banco para programas sociais. A moeda seria feita em cartão de débito ou crédito para o consumo local. O programa ainda conta com uma Renda Mínima Municipal a ser paga pelo banco na moeda social e uma linha de microcrédito para negócios próprios (urbanos ou rurais).
Sobre a Cohab, o candidato é o único que não cita em seu programa de governo o fechamento da companhia. A proposta assume o compromisso de rediscutir a dívida da empresa com a Caixa Econômica Federal, além de cobrar “criminal e judicialmente todas as pessoas que desfalcaram os cofres da Cohab”.
Para o meio ambiente, Jorge promete fazer uma fiscalização rígida às queimadas com punições para incêndios criminosos. Outra proposta é a instalação de placas de energia solar nos prédios públicos e em casas, bem como a recuperação do Rio Bauru por meio das Áreas de Proteção Permanente (APPs). Para fortalecer o pequeno produtor rural, a ideia da campanha é comprar merendas escolares da agricultura familiar. O PT também traz como objetivo a construção de uma represa para armazenar água das chuvas.
As propostas referentes a mobilidade urbana envolvem a implementação de ciclovias e ciclofaixas, aluguel de bicicletas em toda a cidade e a revisão da política de cobrança no transporte público. Para habitação, Jorge propõe mutirões para construção de casas, retomada e regularização de imóveis que não cumprem a função social e implementação de moradia popular na área central.
A educação é uma das áreas com maior atenção de Jorge Moura. As propostas passam pelo aumento no número de vagas na rede municipal de ensino infantil, fundamental, médio e EJA. O candidato promete também implementar internet em todas as unidades de ensino e realizar projetos pilotos para desenvolver a diversificação nos modelos pedagógicos a partir de convênios com escolas Waldorf comunitárias, por exemplo, além da criação de creches e pré-escolas em casas da periferia com o mesmo modelo de ensino.
O plano de governo tem como frentes de atuação na saúde a testagem em massa para controle do coronavírus, a ampliação e a melhoria na infraestrutura do sistema e atendimentos especializados. Este último inclui o combate à violência obstétrica, a criação de um centro de atendimento ao idoso e a reestruturação da Rede de Apoio à Mulher, jovens e crianças em situação de violência física e/ou sexual.
Jorge Moura é o único candidato que traz propostas específicas para os Direitos Humanos. Dentre as ideias está a criação de uma Coordenadoria de Direitos Humanos, vinculada ao gabinete do prefeito, para aplicar o Plano Municipal de Direitos Humanos em todas as secretarias. Além de campanhas de combate à violência contra a mulher, o candidato promete implementar cursos de capacitação em tecnologia da informação para jovens e adultos.
O fortalecimento do afroempreendedorismo por meio de isenção fiscal e articulação dos grupos é outra promessa da campanha, assim como a parceria com o Conselho Municipal da Comunidade Negra para orientação de políticas públicas ligadas ao Estatuto da Igualdade Racial. Com relação ao uso da Estação Ferroviária, o candidato planeja reformar o espaço para melhoria da infraestrutura para os movimentos que já utilizam aquele espaço.
A coligação tem como propostas o cadastro das pessoas com deficiência para um mapeamento e aplicação de políticas públicas, além de bolsas de estudo para pessoas com deficiência intelectual.
O documento entende que as políticas para a população LGBTQIA+ são insuficientes e, por isso, promete garantir políticas que já são realizadas pelo governo do Estado a nível municipal, por meio da capacitação de profissionais da saúde, do estímulo no mercado à contratação de pessoas trans, travestis e transgênero, além de cotas para LGBTQIA+ nos projetos de moradia popular.
Por fim, Jorge pretende fortalecer a cultura com a criação de editais, leis de incentivo, um Fundo Municipal e linhas de ônibus que liguem os espaços culturais
O plano de governo da chapa começa com um relato biográfico dos candidatos a prefeito e vice-prefeita e passa à leitura sobre “o drama vivido em Bauru”.
Entre as propostas para a saúde está a reabertura do Centro de Atendimento Infantil. Para o saneamento básico, destaca-se a promessa de informatizar e rastrear a manutenção de buracos nas ruas e encanamentos em toda a cidade. Para a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma), Valle pretende criar um cemitério municipal de animais e uma clínica veterinária municipal.
Segundo o plano da coligação, a ideia é ter um “Governo Digital” que vai economizar R$ 2 bilhões, mas não explica como isso seria feito e de onde foi tirado esse valor. O documento traz também a ideia de criar a função de Executivo de Negócios vinculado ao gabinete do prefeito com o objetivo de atrair empresas de fora do município.
A ideia da chapa é fazer da Estação Ferroviária um museu que vai contar a história de Bauru. No campo do turismo, o candidato entende a revitalização do centro e investimentos no zoológico como capazes de ampliar o turismo na cidade. Para a habitação, a ideia é priorizar o crescimento da cidade nas áreas já urbanizadas a partir da atualização do diagnóstico das condições socioeconômicas de Bauru.
As propostas para a educação passam pela criação de uma Comissão de Fiscalização e Manutenção que atuaria na resolução de pequenos problemas nas escolas e a disponibilização de kits de “energia solar fotovoltaica”.
Para a cultura, a chapa apresenta parcerias com a iniciativa privada para a promoção de eventos como Carnaval, Natal e Corpus Christi. Para a Semel, o objetivo é a articulação de diversos setores e grupos da sociedade em torno da prática esportiva. Valle também pretende realizar uma auditoria na Cohab para fechar a companhia e responsabilizar os devedores.
Para a segurança o candidato pretende implementar o ônibus rosa, exclusivo para mulheres como forma de “proteção contra o assédio”. O plano também promete criar o Programa Especial de Ressocialização dos Moradores de Rua, com o objetivo de prestar auxílio psicológico, de alimentação e de abrigo para a população em situação de rua, além da criação de hortas comunitárias em terrenos vazios ou abandonados.
Dentre outras promessas estão a criação da Coordenadoria Municipal da Juventude, (vinculada ao gabinete do prefeito), criação da Coordenadoria Municipal da Pessoa com Deficiência (vinculada à Sebes) e a utilização do antigo aterro sanitário como Usina de reciclagem de lixo e geração de energia pelo biogás.
O plano de governo de Nelson Fio está contido em uma página que apresenta lista de 10 propostas. Destacam-se a criação de um terminal de ônibus na Estação Ferroviária, de mini terminais nos bairros, de um prédio para incubadora popular e de cisternas nos prédios públicos.
Dr. Raul aposta em uma campanha de valorização do servidor público municipal e de revisão da atuação do poder público para “otimizar o trabalho” nas diferentes áreas. O plano conta com propostas de parcerias com a iniciativa privada em alguns setores, mas o candidato promete não privatizar autarquias municipais como o DAE. O plano de 17 páginas enfatiza a ideia das PPPs para o tratamento do lixo, iluminação pública e tratamento de esgoto.
O documento traz o projeto de fazer um estudo sobre o patrimônio da antiga Estrada de Ferro Noroeste do Brasil para aproveitamento urbano e social e usar a Estação Ferroviária para criar um “Centro Histórico e Cultural de Eventos“.
Na EMDURB, uma das ideias é criar uma fábrica de playgrounds para gerar empregos na carpintaria, funilaria e pintura. O plano não explica se a EMDURB ficaria responsável por esse empreendimento e de que forma isso seria feito com a empresa.
Na área do meio ambiente, o objetivo é reformular o Plano Diretor das Águas e proteger os mananciais. Raul promete também reflorestar a mata ciliar das bacias dos rios Batalha, Bauru, Água Parada e Campo Novo.
Na saúde, a chapa tem a ideia de abrir o Hospital das Clínicas, para aumentar o número de leitos clínicos, cirúrgicos, de UTI. O candidato também promete aumentar o teto orçamentário para a área. O plano aponta para a criação de dois cartões: um “cartão de saúde do Bauruense” que terá o histórico de atendimentos de cada paciente, podendo ser consultado em qualquer unidade de saúde, e o cartão de fornecimento de medicamentos para controle e acesso aos remédios sem passar por nova consulta. O cartão será controlado pelos médicos e enfermeiros de cada unidade. A chapa propõe ainda criar o programa de parceria com empresas privadas para a manutenção das unidades de saúde chamado “Amigos da Saúde”.
Na educação, Raul tem como propostas concretas a implementação de um cartão para os estudantes comprarem material escolar no comércio local. A proposta não diz se haveria desconto ou não para estes estudantes. O tempo integral do 1º ao 5º ano também é um objetivo, além da criação de uma Creche Escola no centro para atender as mães que trabalham no comércio.
Outra ideia do candidato é implementar um Centro de Referência em Assistência Social (CRAS) nos bairros Nova Esperança, Mary Dota e Roosevelt e um CRAS itinerante, além da criação da Central de Libras para “garantir autonomia ao surdos que utilizam desta linguagem no acesso aos serviços públicos”.
O documento também cita a implantação de Mini-Distritos Industriais em bairros, contemplando micro e pequenas empresas, além da criação de um novo distrito industrial na cidade. Para o distrito de Tibiriçá, a ideia é realizar as eleições para subprefeito a cada dois anos, por meio de consulta popular, a exemplo da eleição do Conselho Tutelar.
O plano de governo de Renata Ribeiro entende que os problemas de Bauru passam, principalmente, pelas desigualdades sociais causadas pela aliança do poder político com a elite do município que, segundo o documento, é uma agenda seguida desde a fundação da cidade. O objetivo da campanha é subverter a lógica de dominação e colocar a “periferia no centro”. A candidatura se entende como socialista e se contrapõe às ideias vinculadas ao sistema capitalista a partir da “defesa dos movimentos sociais” e “oposição ao modelo neoliberal”.
A chapa tem como pilares a participação popular e a separação entre o poder público e a esfera privada. Como primeira proposta efetiva, o plano de governo pretende extinguir todos os cargos de confiança do Executivo e taxar progressivamente para que as maiores empresas paguem, proporcionalmente, mais impostos municipais. A auditoria municipal para cortar gastos mal feitos e criação de cooperativas de trabalhadores em vários setores também são promessas.
Um ponto inédito da campanha de Renata é a cobrança dos grandes devedores de água, ISS e IPTU. O combate ao racismo também é ressaltado no plano com a proposta de criação de um plano municipal elaborado em conjunto com o Conselho da Comunidade Negra e a criação do feriado da Consciência Negra em 20 de novembro.
A proteção à população LGBTQIA+ e o combate à LGBTfobia são pilares do plano de governo do PSOL. A criação de leis para o fomento de contratações, respaldo nos atendimentos em unidades de saúde e facilitação para uso do nome social são exemplos de políticas a serem implementadas por Renata. O combate à violência contra mulher conta com propostas de centros de atendimento às mulheres vítimas de violência, ressocialização de agressores e investimentos na prevenção (como iluminação pública e ações da Polícia Militar).
Na área da saúde, a candidata tem como objetivo municipalizar toda a rede, tirando empresas e administrações terceirizadas das unidades. A chapa promete acabar com a fundação Regional da Saúde e reestatizar unidades que são geridas pela FAMESP, como o Hospital de Base. A abertura de concursos para médicos, criação de um Pronto Socorro Infantil e a informatização de consultas e resultados de exames por meio de aplicativo são outros projetos para a pasta. A ampliação do CRAS e do CREAS e o atendimento à população em situação de rua em casas de acolhimento estão entre as propostas de assistência social.
Na mobilidade urbana o plano de governo propõe um fórum com taxistas e motoristas de aplicativos para compreender e regularizar as principais demandas de cada categoria. A construção de um VLT nas linhas de trens e as ações para implementação da Tarifa Zero nos ônibus também estão na pauta do partido. A proteção ao meio ambiente também é um tema caro ao plano de governo que, com a aplicação do conceito de ecossocialismo, o partido apresenta propostas de recuperar e preservar as nascentes, elaborando um Plano Municipal de Manejo e Preservação das APA’s.
Para a educação, a ideia é retornar às aulas presenciais só com vacina e imunização dos profissionais. Outras ideias incluem a abertura de escolas nos finais de semana para atividades culturais, fim das privatizações e terceirizações na educação, compra de merendas de pequenos agricultores e creche em período integral e noturno. Na cultura, as promessas passam pela criação de um fundo municipal de cultura e a revogação da lei “anti-festas”.
O plano da chapa encabeçada por Rosana Polatto tem, nas primeiras páginas, uma explicação do contexto que Bauru vive hoje e os desafios da nova gestão, sendo o combate à corrupção, às desigualdades e a participação popular no governo os principais tópicos elencados. “Desburocratização” e “transparência” são termos em destaque no documento. A primeira promessa é a gestão informatizada em bases de dados abertas para toda população.
Para estimular investimentos da iniciativa privada, Rosana tem o objetivo de criar um Banco Municipal de Projetos, que será financiado por um fundo administrado pelo poder público. A candidata entende que é necessário valorizar o servidor público em todas as áreas, mas, que seria possível avaliar a entrada da iniciativa privada em alguns setores, com exceção das atividades-fim.
O plano apresenta algumas imprecisões estatísticas, como na área da saúde, na qual o documento traz que “a atenção básica é de cerca de 30% a 40% de cobertura e praticamente 60% a 70% dos atendimentos médicos ocorrem na rede de urgência”, não sendo apresentadas as fontes dos dados. Ainda para esta área, a chapa tem como promessa criar o programa Mais Especialidades, que vai contratar serviços privados para atendimento de algumas especialidades médicas e a criação de um complexo hospitalar que integre o Pronto Socorro Central e o Hospital de Base. O plano ainda traz uma atenção ao atendimento psicossocial, com programas e redes de atenção.
Na educação, o projeto é zerar a fila de creches e escolas do ensino infantil e fiscalizar a demanda regularmente. A candidata promete alfabetizar todas as crianças até o 3º ano do mandato. Outra proposta que se destaca é o transporte gratuito para crianças do ensino fundamental que não tenham escolas em seus bairros e o acesso à educação básica e especializada aos alunos com deficiência, além da expansão e fortalecimento do EJA por meio de um Projeto Político Pedagógico que dialogue com a realidade dos estudantes.
Para a assistência social, o PSB tem como meta criar um Plano Municipal de Assistência Social que vai fazer um estudo sobre a realidade bauruense e o estabelecimento de diretrizes e metas para serem cumpridas. Rosana promete criar o Banco de Alimentos, mas não explicou o que seria.
A chapa apresenta como propostas para habitação a regularização de assentamentos e a estruturação dessas áreas, além do fim da Cohab. Na cultura, os projetos concretos visam a reforma do prédio da Estação Paulista para que projetos culturais assumam o espaço e a criação de editais para a contratação de produtores para trabalhar com a prefeitura.
No esporte, a proposta que se destaca é a criação de uma Olimpíada Interescolar, enquanto no meio ambiente os objetivos são urbanizar áreas verdes com iluminação, calçadas, pistas de skate, quadras e equipamentos de ginástica e, ao mesmo tempo, criar um programa de arborização urbana.
Com diversos erros gramaticais desde o começo (como uso de minúsculas após ponto de exclamação), o plano do SOLIDARIEDADE tem a ideia de “preservar a saúde financeira do município, mas sem comprometer os serviços”.
As propostas concretas do governo se iniciam com a auditoria e fechamento da Cohab e privatização dos cemitérios. O plano fala sobre a utilização das administrações regionais para “decentralizar” (sic) as tarefas de zeladoria do município. No campo da saúde, o documento traz a ideia de informatizar todo o sistema, mas promete o agendamento de consultas médicas por telefone. O projeto “Remédio em Casa”, com a entrega de medicamentos na residência dos bauruenses é outra proposta, além da criação de um centro para atendimento aos idosos.
Na educação, o candidato pretende garantir o acesso à internet em todas as unidades de ensino do município, a manutenção das escolas por meio de contratos de MEIs e da contratação de cidadãos bauruenses (não explica como seria feita essa contratação). O custeio da internet para professores para aulas a distância é uma das propostas que se destaca na área da educação, além do programa “vale creche”, que o texto não explica como seria.
Sérgio pretende unir a Semel e a Secretaria de Cultura formando a Secretaria de Esporte, Lazer e Cultura – SELC. Tem como proposta para essa área o programa Time Chaveiro, com o objetivo de fortalecer o esporte amador por meio de jogos de diferentes categorias que aconteceriam antes dos jogos das categorias principais. Ainda segundo o plano, quem treinaria as crianças seriam os próprios atletas dos times principais por meio de contrato de MEI.
Sérgio tem o objetivo de criar um centro esportivo no Redentor. Para o desenvolvimento econômico, o SOLIDARIEDADE pretende mudar o nome da Sedecon para Sedetur e criar uma incubadora de empresas, além de mini e micros distritos indústrias “para fortalecer atividades de micro e pequenas empresas”. Sergio pretende fazer de Tibiriçá o centro turístico de Bauru com a ajuda de mini, micro, médios e grandes empresários, mas não explicou os caminhos.
O comércio 24h nas primeiras duas quadras do calçadão também é um projeto que se destaca junto com a criação de um Mercado Municipal onde hoje é a Estação Ferroviária. O candidato tem também ideias planejadas de obras e construções a serem realizadas em diversas regiões da cidade e a criação do parque Jurandir Bueno Filho.
O plano de governo da chapa “Por uma Bauru ideal” tem como pilares a privatização e a zeladoria na cidade. Com um discurso marcado pela manutenção dos espaços públicos e enxugamento da administração pública, o documento tem, na primeira de suas oito páginas, um resumo das ideias principais. Os termos “desburocratização” e “revitalização” são centrais no plano de governo de Suéllen Rosim.
A “revitalização” de bairros e da área central é uma das propostas destacadas no plano do Patriota. Por meio de Parcerias Público Privadas e da reforma da Avenida Rodrigues Alves, a candidata promete dar nova vida à área central de Bauru.
Suéllen tem como foco a manutenção de espaços públicos em cada bairro, como escolas, UPAs ou praças esportivas. Outra ênfase da campanha é a ideia de diminuir o número de secretarias e tornar a “administração pública mais veloz e leve”.
Para a mobilidade urbana, a ideia é iniciar os estudos para ciclovias que atendam aos trabalhadores (projeto que já teve início na última gestão) e elaborar um “Plano de Prevenção de Desastres Naturais” para combater, principalmente, as enchentes em locais já conhecidos por essas ocorrências.
Na educação o foco é a retomada das aulas presenciais com um “cronograma eficiente”, elaborado a partir de um levantamento feito com a comunidade escolar. As propostas na saúde tem como pilar a informatização para acelerar os agendamentos de consultas, os exames e a devolução de resultados.
A redução de impostos para a entrada de empresas é um dos aspectos destacados no plano, além da facilitação legal para novos empreendimentos. Um debate efervescente na cidade é o da habitação. No texto, Suéllen destaca que pretende acelerar os trabalhos de regularização fundiária, “partindo do princípio de que o morador adquiriu as áreas de boa-fé”.