Ódio e nojo aos militares e ao bolsonarismo
Para acabar com a farra militar-miliciana, a população deve ir às ruas; em Bauru, próximo protesto Fora Bolsonaro será realizado neste sábado (24) às 9h
Publicado em 22 de julho de 2021
Por Guilherme Matos e Julia Navarro, do Coletivo Afronte Bauru
Amanhecemos nesta quinta-feira, 22 de julho, com a notícia da ameaça à democracia feita pelo General Braga Netto. O milico, acompanhado de chefes do exército, da marinha e da aeronáutica, mandou avisar “a quem interessasse” que não haveria eleições em 2022, caso não fosse aprovado o voto impresso. O recado sigiloso foi dado no dia 8 deste mês, mesmo dia em que Jair Bolsonaro fez a mesma ameaça publicamente.
Com a revelação, que foi feita pelo Estadão, sabemos que o delirante presidente fez a afirmação contando com o apoio do partido fardado. Os militares, trajados da usual arrogância, se camuflam de guardiões da ordem e reserva moral da nação. Mas, com as revelações feitas pela CPI, sabemos que seus desejos no governo é negociar propinas e ladroar os brasileiros em meio a pior pandemia da história. O “dinheiro na cueca” dos parlamentares agora têm como principal aliado o “dinheiro no coturno” dos milicos.
Essa ameaça de Braga Netto, um “malandro oficial”, não passa de um sintoma de seu desespero. O milico está em absolutamente TODAS as cenas dos crimes investigados pela CPI da Covid. Tanto nas ações e omissões que levaram os brasileiros à marca de meio milhão de mortos, quanto nos esquemas de corrupção.
Por isso, General, afirmamos que você não nos intimida. Como dito por Ulisses Guimarães, “temos ódio à ditadura. Ódio e nojo”. Estamos nas ruas, se o governo quer pagar pra ver, dobraremos a aposta.
Há dois meses acontecia o primeiro ato de um forte calendário de manifestações contra o governo Bolsonaro. Mesmo com incertezas e receios em relação à pandemia, a indignação e revolta com todo o descaso e ataque à vida, saúde e educação falaram mais alto e fortaleceram o movimento que mobilizou milhares de pessoas no país inteiro. Quando se tem um presidente genocida, o vírus se torna pequeno perto do poder destrutivo do governo.
Por isso, precisamos nos manter na luta e ir às ruas novamente neste sábado, dia 24 de julho, fortalecendo cada vez mais o movimento para derrubar Bolsonaro e seus aliados.
Panela de pressão
O esquema de corrupção da Covaxin já escancarou a covardia e a ladroagem de Jair Bolsonaro. Cada dia que avança, a CPI da COVID traz à luz mais e mais provas da incompetência e do saque aos bolsos brasileiros promovido pelo presidente e seus capangas fardados.
Agora, temos mais um fator para nos trazer às ruas. Bolsonaro, no anseio de proteger seus filhos de críticas, culpou o vice-presidente da Câmara dos Deputados Marcelo Ramos pela aprovação do aumento do “fundão eleitoral“. Não foi uma boa ideia. Ramos começa a dar indicações de interesse em abrir o processo de impeachment.
Em entrevista a Carta Capital, o vice afirmou que: “algumas das imputações de crime de responsabilidade parecem bem consistentes”. Ramos também faz um apelo às ruas:
“[…] o efeito dessas manifestações populares dentro do Parlamento é sempre retardado. A coisa sempre chega ao Parlamento depois que esquentou demais na rua. Então, diria que a água ainda não está fervendo, mas a temperatura está esquentando”.
Para o parlamento a água pode ainda estar morna, mas, para nós o povo, a panela já pegou pressão. Somos nós que estamos passando fome; nós que estamos desempregados; nós que estamos morrendo de COVID; nós que perdemos familiares e amigos para a pandemia; nós que estamos sendo assassinados pela polícia.
Por isso, nós que estamos nos manteremos nas ruas. A temperatura da água é favorável para inspirar a marcha deste sábado, dia 24.
Além disso, a vacinação avança para fortalecer o movimento. A cada dia é mais seguro para mais pessoas se juntarem à disputa. Claro, usando máscara e álcool em gel e respeitando o distanciamento.
Enquanto está no poder, Bolsonaro segue seu plano
Mesmo enfraquecido, o governo Bolsonaro continua ativo em seu projeto de negligência à vida e sucateamento da educação e da saúde. Em meio a esse cenário de pandemia, em que um investimento na ciência deveria ser redobrado, vemos a pesquisa sofrer mais uma vez com cortes profundos de orçamento. A exemplo disso, o CNPq só conseguirá pagar 13% das bolsas de pós-graduação aprovadas.
E essa não é a única amostra da desumanidade do bolsonarismo. Não podemos esquecer o que a CPI da Covid trouxe à tona: foi escolha de Bolsonaro deixar a população sem vacina. Enquanto a população assistia os números de casos e mortes crescer assustadoramente e era influenciada pelo negacionismo e uso de medicamentos sem eficácia comprovada, o governo negociava propina com as vacinas e incluía militares como prioridade na imunização.
Para acabar com a farra militar-miliciana, contamos com a sua ajuda e presença no protesto deste sábado, dia 24 de Julho às 9h, na praça Rui Barbosa. É importante respeitar o distanciamento social, usar álcool em gel e máscara (de preferência PFF2) o tempo todo.
Estamos cientes do perigo de estar nas ruas neste momento, no entanto, não podemos permitir que traidores da constituição dominem a pauta pública enquanto zombam de nossas vidas e festejam às custas de nosso dinheiro e trabalho.
Fora Bolsonaro genocida! Por vacina, pão, saúde e educação!