Marcha da Maconha atravessa a Nações Unidas em ato no sábado (3)

Organizadas por coletivos de Bauru e Marília, manifestantes caminharam do Parque Vitória Régia até a Praça da Paz

Publicado em 7 de junho de 2023

Manifestantes se reúnem para foto após término da Marcha, na Praça da Paz. (Foto: Paula Bettelli/JORNAL DOIS)
Por Paula Bettelli

No último sábado (3), foi realizada a Marcha da Maconha em Bauru. O ato reuniu centenas de pessoas que se deslocaram do Parque Vitória Régia até a Praça da Paz, caminhando pela avenida Nações Unidas.

O objetivo não é apenas a legalização da planta, como pontuou em fala durante a manifestação Matheus Versatti, integrante do coletivo Ação Libertária. Os participantes ressaltaram a importância de ampliar o debate e reivindicaram o fim da guerra às drogas, da perseguição e do genocídio contra a população preta e periférica. Também foi exigido o desencarceramento de pessoas presas em decorrência da repressão ao tráfico de drogas.

campanha

“Quando a gente pega a história do proibicionismo, a gente vê que a origem é essencialmente racista – e em um sistema capitalista, que prevê relações de dominação. Então na verdade nosso discurso é anticapitalista. É uma luta contra o racismo, antimanicomial. É uma luta bem abrangente, que envolve direitos humanos, liberdade, respeito ao outro. Abrange tudo. Se você não faz nenhum uso da planta mas é contra o racismo, você também deve ir na marcha”, pontua uma das organizadoras da manifestação que preferiu não se identificar.

Também parte da organização, a Associação Canábica Maria Flor, de Marília, esteve presente para trazer luz à importância do canabidiol. Cláudia, cofundadora da associação, viu o quadro de epilepsia do seu filho, Mateus, cessar completamente ao iniciar o tratamento com óleo de maconha. Antes disso, o garoto tinha até 80 convulsões ao dia.

Apesar de a Marcha da Maconha acontecer anualmente em várias cidades do país desde 2006, em Bauru é a primeira vez que foi organizada de forma oficial, em consonância com outras cidades que realizaram manifestações no mesmo dia.

A marcha conta com o apoio de diversos grupos como o coletivo de redução de danos Bem Te Vi, Coletivo Ação Libertária, Formando Mentes Coletivas, Afronte, 014bpm, Conselho Regional de Psicologia, Associação Maria Flor de Marília e outros.

Nas redes sociais, organizadores orientaram os participantes a não levarem maconha ou outras substâncias proibidas.

Acredita no nosso trabalho?         
Precisamos do seu apoio para seguir firme.    
Contribua  a partir de 10 reais por mês.