“Quando a gente pega a história do proibicionismo, a gente vê que a origem é essencialmente racista – e em um sistema capitalista, que prevê relações de dominação. Então na verdade nosso discurso é anticapitalista. É uma luta contra o racismo, antimanicomial. É uma luta bem abrangente, que envolve direitos humanos, liberdade, respeito ao outro. Abrange tudo. Se você não faz nenhum uso da planta mas é contra o racismo, você também deve ir na marcha”, pontua uma das organizadoras da manifestação que preferiu não se identificar.
Também parte da organização, a Associação Canábica Maria Flor, de Marília, esteve presente para trazer luz à importância do canabidiol. Cláudia, cofundadora da associação, viu o quadro de epilepsia do seu filho, Mateus, cessar completamente ao iniciar o tratamento com óleo de maconha. Antes disso, o garoto tinha até 80 convulsões ao dia.
Apesar de a Marcha da Maconha acontecer anualmente em várias cidades do país desde 2006, em Bauru é a primeira vez que foi organizada de forma oficial, em consonância com outras cidades que realizaram manifestações no mesmo dia.
A marcha conta com o apoio de diversos grupos como o coletivo de redução de danos Bem Te Vi, Coletivo Ação Libertária, Formando Mentes Coletivas, Afronte, 014bpm, Conselho Regional de Psicologia, Associação Maria Flor de Marília e outros.
Nas redes sociais, organizadores orientaram os participantes a não levarem maconha ou outras substâncias proibidas.