Manifestantes protestam contra corte de 44 árvores da Praça Portugal

Ação foi nomeada de “Ato contra os crimes ambientais em andamento em Bauru”; cerca de 40 pessoas estiveram presentes

Publicado em 16 de setembro de 2021

Manifestantes levaram cartazes e mudas para plantio (Foto: Joyce Rodrigues/JORNAL DOIS)
Por Letícia Sartori
Nesta quinta-feira (16), cerca de 40 pessoas se reúnem, desde às 17h, na Praça Portugal, na zona sul de Bauru, em um protesto contra o corte de dezenas de árvores adultas, realizado pela Prefeitura no início da semana.
 
As 44 árvores cortadas da praça foram plantadas no local há mais de 25 anos em um projeto do então secretário municipal do Meio Ambiente, Clodoaldo Gazzeta (PSDB), durante a gestão do prefeito Tidei de Lima (MDB). A ação promoveu o plantio de mais de 10 mil mudas na cidade em um dia.
 
Organizada através das redes sociais, a manifestação intitulada “Ato contra os crimes ambientais em andamento em Bauru”, foi a primeira ação física, após diversas críticas online feitas por grupos de atenção ao meio ambiente, independentes e movimentos sociais da cidade a respeito da falta de diálogo da prefeita Suéllen Rossim (Patriota) com a Câmara Municipal, comissões de meio ambiente e a população local
Estela Almagro (PT) esteve presente no ato desta tarde e se posicionou contra a ação do poder executivo publicamente. “A prefeita não respeita a Câmara, não respeita a CEI, não respeita à cidade”, declarou a vereadora. De acordo com a prefeitura, o desmatamento da região faz parte de um novo projeto para auxiliar o trânsito na região.
 
Em agosto, a Câmara Municipal de Bauru institui uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) para investigar a relação da prefeitura com a Fundação Estatal Regional de Saúde de Bauru (FERSB). Estela Almagro foi apontada como relatora da comissão, que surgiu após a “CEI da Covid”, cujo relatório final, enviado ao Ministério Público, aponta falhas no tratamento da pandemia em Bauru pelo poder executivo. Na manifestação, Estela propôs a ocupação da praça: “ocupar, cercar e não deixar acontecer mais nada. Resistir”.
 
Manifestantes, movimentos sociais, coletivos e sindicatos promoveram o plantio de árvores nativas no setor desmatado da Praça Portugal, entre as novas árvores estão mudas de Aroeiras Pimenteiras (Schinus terebinthifolia) e Dedaleiros (Lafoensia pacari).
 
Próximo das 19h30, três viaturas da Polícia Militar chegaram à Praça Portugal, chamadas por um dos seguranças da obra, alegando que “a praça é privada.” Os policiais, até o momento, não se aproximaram dos manifestantes, mas, estacionaram nas redondezas da área desmatada.
 
O ato está em andamento na praça Portugal e tem como um de seus objetivos aumentar a discussão pública a respeito do desmatamento e exigir uma audiência pública na Câmara Municipal com presença da prefeita. Os manifestantes irão montar acampamento no local, com previsão de duração até sábado (18).
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