Indígenas da região de Avaí chegam a Brasília para 2ª Marcha de Mulheres Indígenas
Manifestação acontece em 9 de setembro com o tema “Mulheres originárias: reflorestando mentes para a cura da Terra”
Publicado em 7 de setembro de 2021
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Por Victória Ribeiro
Mais de 50 mulheres indígenas de Avaí, Arco-Íris e contexto urbano de Bauru chegaram em Brasília neste domingo (6) para participar da 2ª Marcha de Mulheres Indígenas, que acontece no dia 9 de setembro na capital federal.
Com o tema “Mulheres originárias: reflorestando mentes para a cura da Terra”, a mobilização reúne cerca de 4 mil mulheres indígenas de mais de 150 povos do Brasil, que estão acampadas no Complexo Cultural Funarte. De acordo com Irinéia Terena, vice-líder da Associação das Mulheres Indígenas de Tereguá, localizada em Avaí, a marcha é um evento político e social indígena, que serve para promover o encontro e o fortalecimento das mulheres originárias.
Além da marcha, a programação da mobilização, que vai até sexta-feira (10), conta com a realização de plenárias e do II Fórum Nacional das Mulheres Indígenas. Segundo Mariana Lacava, indígena em contexto urbano de Bauru, as discussões que serão levantadas envolvem temas como violências de gênero e as ameaças sofridas aos direitos das mulheres indígenas.
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As plenárias estão limitadas à condução e presença das mulheres. Além disso, a segurança do acampamento, reforçada por conta da presença de militantes pró-bolsonaro na capital federal para a manifestação desta segunda-feira (7), está sendo coordenada por uma das mulheres acampadas. As decisões foram tomadas por meio de deliberação como forma de manter o protagonismo esperado pela mobilização.
Para Irinéia Terena, a participação na Marcha das Mulheres Indígenas é uma forma de obter conhecimentos e ressaltar a capacidade de atuação das mulheres indígenas frente às reivindicações. “Nós, mulheres indígenas, pensávamos que essa luta não era nossa, mas é. É importante estarmos participando para levarmos a realidade do nosso povo para dentro da nossa comunidade e para descobrirmos formas de nos defender e de buscar os apoios que nós não temos hoje”, comentou.
Em seu segundo dia de programação, a mobilização foi marcada por duas situações envolvendo bolsonaristas. Na madrugada desta segunda-feira (8), por volta das 3h30 da manhã, cerca de 10 pessoas do movimento pró-bolsonaro tentaram invadir o acampamento.
A segurança da área, feita na ocasião por 70 indígenas, conseguiu evitar que a invasão acontecesse. Lucas Cravo, que é advogado da Articulação de Povos Indígenas do Brasil (APIB), contou que o contato com a Polícia Militar (PM), para solicitar ronda, vem sendo feito desde julho, mas sem sucesso.
Por volta das 9h da manhã, a frente do acampamento foi marcada pela presença dos bolsonaristas que se deslocavam rumo à Praça da Cidadania, onde aconteceu a concentração da manifestação pró-bolsonaro. Durante o trajeto, manifestantes exibiram bandeiras do Brasil e fizeram um “buzinaço”. Um homem e uma mulher, ambos de cavalos e vestidos com roupas verdes e amarelas, tentaram entrar no acampamento e precisaram ser retirados pela PM, que ficou presente no local durante o trajeto.
Por questões de segurança, os indígenas não participaram do “Grito dos Excluidos”, que assume posicionamento “fora Bolsonaro” e também aconteceu nesta segunda-feira, no mesmo horário. A programação do acampamento contou com uma reunião de organização com as mulheres coordenadoras das delegações presentes.
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A convite da Articulação de Povos Indígenas (ARPIN) do Sudeste e da Associação de Mulheres Indígenas de Tereguá, o Jornal Dois acompanha as delegações de Avaí, Arco-Íris e contexto urbano de Bauru na II Marcha de Mulheres Indígenas em Brasília.