Mulheres indígenas organizam sessão plenária em Avaí

O objetivo foi discutir as principais reivindicações da classe; plenária foi coordenada por “Associação das Mulheres Indígenas da Aldeia Araribá”

Publicado em 28 de julho de 2021

Por Joyce Rodrigues e Victória Ribeiro
Nesta segunda e terça, 26 e 27 de julho, mulheres indígenas da Terra de Araribá, localizada em Avaí, se reuniram para realizar mais uma sessão plenária organizada pela “Associação das Mulheres Indígenas da Aldeia Tereguá”.
A Associação foi criada em 2015 e as reuniões acontecem uma vez ao ano e têm como objetivo aproximar anciãs e jovens líderes para revitalizar a cultura, fortalecer a defesa do território, discutir o empoderamento das mulheres indígenas e as principais reivindicações das comunidades.
 
Irinéia Sebastião dos Santos, de etnia Terena e moradora da aldeia Tereguá, é vice-líder da Associação. Ela conta que aprendeu a importância de lutar pelos direitos com a líder indígena Jupira Terena, que ficou conhecida por sua carreira política e luta pela preservação da cultura. “Ela me levava para diversos encontros, tanto aqui no estado de São Paulo quanto em Brasília. Essas experiências nos ajudaram a começar um movimento aqui na comunidade”.
 
A líder da organização, Kutiara Sebastião Kinocita, comenta que desde que a Associação foi criada, mulheres da Terra de Araribá têm se sentido mais encorajadas a falar e ocupar espaço dentro de suas comunidades. “Por vivermos em uma comunidade, há uma hierarquia, por isso a importância de estarmos cada vez mais unidas, encorajando umas às outras a participar da luta do nosso povo”.
 
A principal motivação para realização da plenária em 2021 foi a necessidade de articulação em torno da aprovação do Projeto de Lei 490. Rejeitado pela Comissão de Direitos Humanos em 2009, o projeto que tramita na Câmara dos Deputados aumenta a vulnerabilidade indígena e dá margem para a retirada das terras. Em junho deste ano, a Terra Indígena de Araribá esteve em Brasília integrando o Acampamento Levante Pela Terra. Na sessão plenária, as mulheres de Araribá iniciaram uma organização para retornar à capital federal e compor a Marcha das Mulheres Indígenas, que acontece em setembro.
 
Também foram debatidos temas como violência doméstica e saúde pública e mental para a população indígena. Mulheres da aldeia também foram convidadas a falar sobre suas experiências pessoais dentro de universidades.
 
O encontro contou com a presença da Mídia Nativa On, que transmitiu os dois dias do evento em sua página do Facebook.
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