Cristiane Ferreira Padilha, indígena do povo Potiguara, saiu de Baía da Traição, na Paraíba, para participar da marcha na capital federal. De acordo com ela, a mobilização é uma luta pelos direitos que “deveriam estar sendo assegurados pela Constituição Federal”. “É um momento importante para nós mulheres, que somos discriminadas e afrontadas, não apenas pelo governo, mas também pelo machismo”, comentou.
Prevista para acontecer nesta quinta-feira (9), a marcha foi adiada após reunião deliberativa realizada pelas delegações de mulheres acampadas. A mudança foi motivada pela tensão envolvendo a presença de grupos bolsonaristas, que ocupam vias de acesso que levam ao Supremo Tribunal Federal (STF) desde terça-feira (7), quando aconteceram as manifestações pró e contra o presidente Jair Bolsonaro.
Além de provocações iniciadas por pessoas que passavam pela marcha, com dizeres racistas e exibicionismo de bandeiras do Brasil, nenhum outro tipo de conflito aconteceu. A mobilização contou com a presença da Polícia Militar (PM) e com a segurança voluntária de 50 indígenas organizados por Shirley Krenak, indígena ativista e coordenadora de segurança do acampamento.
A programação da II Marcha de Mulheres Indígenas, que começou na terça (7), termina neste sábado (11). Com a retomada do julgamento sobre a demarcação de terras indígenas prevista para acontecer na próxima quarta (15), parte das delegações acampadas no Complexo Cultural Funarte seguirão na capital federal.