Você percebeu a falta de decoração de natal no centro?

Após 30 anos, a tradicional decoração natalina no calçadão da batista foi cortada pela prefeitura; segundo lojistas vendas apresentam queda

Reportagem publicada em 22 de dezembro de 2017

Lojistas e consumidores reclamam da falta de decoração no calçadão da batista (Foto: Bibiana Garrido / JORNAL DOIS)

Por Lucas Zanetti

Cortada do orçamento municipal, a decoração de fim de ano não conta com luzes, enfeites e ornamentos que poderiam atrair a população e aquecer o comércio afetado pela crise. A prefeitura alega falta de verba para investir nos enfeites.

É a primeira vez em três décadas que o calçadão não recebe os enfeites financiados pelo poder público, segundo Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL). Para que a época não passasse em branco, no último dia 9 alguns baners foram espalhados pelo Jornal da Cidade em parceria com a CDL.

“Tira um pouco do espírito natalino. Tem que colocar alguma coisa pelo menos nessa época do ano. Fica bonito, dá o espírito. Pra mim tem um efeito bárbaro.”, opina a consumidora Maria Luiza Toneli. Ela também conta que se surpreendeu com o baixo movimento no centro nessa época: “fui um dia desses a noite lá não tinha ninguém”.

O baixo movimento não é notado apenas pelos consumidores. Comerciário há 11 anos, Leandro Fernandes, gerente de uma loja de cosméticos no calçadão, conta que os lojistas estão sentindo baixa no movimento esse ano.

“Acho um absurdo não ter decoração de natalina. Muita gente tem essa curiosidade de ir no calçadão ver a decoração aí chega aqui e se depara com uma coisa mal organizada e mal feita como foi feito esse ano”, afirma.

A queda nas vendas também é confirmada pelo presidente da CDL, Ademiro José Alves. Ele explica que a falta de atrativo “atrapalha bastante o movimento” e que “todas as cidades do porte de Bauru decoraram seus centros comerciais”. Ainda segundo a CDL, a expectativa dos lojistas é um aumento de 4 a 5% nas vendas em relação ao ano passado.

Ademiro também critica a decisão da prefeitura: “o comércio em si paga muito imposto pra prefeitura, mas vem pouco dinheiro pra reverter em troca para nós”.

Além do seu valor comercial, a decoração natalina também cria espaços de convivência e estimula a integração das pessoas no espaço público. Taís Maria Franco, dona de casa, lembra que o “espírito natalino” tem importante valor cultural para a população.

“O bauruense tem o hábito de ir no calçadão pra mostrar e interagir com os filhos no ambiente natalino. Esse ano a gente não vai poder fazer isso. Então não se tem mais a alegria de levar e falar “olha o natal”. Perde a graça. Nessa época é muito gostoso ir a noite apreciar a decoração”, lamenta.