Levante Pelas Raízes encerra a ocupação da Praça Portugal

Acampamento em protesto contra a supressão de árvores na cidade e em repúdio a falta de diálogo da prefeitura com a população durou quatro dias

Publicado em 19 de setembro de 2020

Por Camila Araujo

Um ato simbólico intitulado “Abrace a Praça Portugal”, promovido neste domingo (19), marcou o encerramento de quatro dias de ocupação do local. Na ocasião, a cantora Meiri Brito realizou a leitura do discurso de Pepe Mujica, ex-presidente do Uruguai, durante a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, também conhecido por Rio+20, em 2012. Em seguida, as e os manifestantes presentes no local realizaram um círculo e permaneceram em silêncio por um minuto com os braços abertos, simbolizando um abraço na Praça Portugal. Por fim, houve um espaço aberto para manifestações orais.

“Quem deu autorização para a prefeita fazer esse aboricídio? Porque eu sou vereadora e não dei”, disse a vereadora Estela Almagro (PT), afirmando ainda que “esse é um debate da turma de cima com a turma de baixo. Quem quiser ficar à margem do debate político ideológico, vai ficar para trás, porque não é só um debate de árvores”. Matheus Versati, membro do Coletivo Ação Libertária (CAL), grupo que esteve à frente organização do acampamento, agradeceu a quem apoiou o movimento, e endossou a declaração de Estela: “é um debate de luta de classes”. Tiago Camargo, geógrafo, pediu para que o engajamento construído durante a mobilização contra a supressão de árvores não se encerre com o fim da ocupação, propondo a construção de uma comissão permanente de defesa do meio ambiente.

Na terça-feira (21), dia que se comemora o Dia da Árvore, a Comissão Permanente de Fiscalização e Controle da Câmara Municipal convocou uma audiência pública às 10h para que o Executivo “preste esclarecimentos” sobre a ação de intervenção na Praça Portugal, que “surpreendeu a sociedade bauruense”, diz ofício da comissão.