De Bauru, banda ‘Os Últimos Escolhidos’ lança EP neste 1° de maio

Com influências de 5 a Seco, Skank, O Terno e Los Hermanos, o quinteto já fez um show no Teatro Municipal em março deste ano para apresentar as novas músicas autorais; EP está disponível nas plataformas digitais

Publicado em 1° de maio de 2020

Capa do EP d'Os Últimos, trabalho da banda junto com Yolana e Matheus Bianchi, que fizeram a escultura (Foto: Eric Solon/Reprodução)
Por Bibiana Garrido 

Sinuhe, João, Léo, Pedro e Paulo são os cinco integrantes da banda Os Últimos Escolhidos do Futebol. O nome retrata a época da escola, antigo colégio Fênix na cidade de Bauru: nas aulas de Educação Física eles eram os que sobravam na escolha de times para jogar bola – e fizeram dessa experiência um significado comum para a nova trajetória musical. 

O feriado do 1° de maio, Dia do Trabalhador, marca o lançamento do primeiro EP da banda. Você pode fazer download das músicas aqui ou acessar o álbum no Spotify, Deezer e outras plataformas digitais

Deixa, Cordão, Hoje Não, Numa Tranquila, e Tão Legal são as músicas que compõem o EP: um resultado da produção coletiva do grupo. Para a gravação dos títulos, os Últimos Escolhidos entraram em um processo imersivo de quatro dias na Gargolândia, um estúdio-fazenda em Alambari, perto de Itapetininga. 

“A nossa rotina era acordar, tomar um café, ir para o estúdio, gravar durante 10 horas e dormir”, conta Paulo Nunes, que faz voz, baixo, guitarra, bateria e percussão no álbum. “Estávamos em uma fazenda, isolados de tudo. Só nós e a música. E as galinhas. Era um retiro espiritual-musical.  Ficamos sintonizados na mesma frequência, o que sem dúvida foi transpassado para o EP”. 

O ritmo e pegada musical do álbum trazem referências da música brasileira como Skank, Los Hermanos, 5 a seco, O Terno, Luiza Lian, Ana Frango Elétrico, Daparte, e os internacionais Beatles. “Foram bandas que a gente tocou no show de estreia”, lembra Sinuhe LP, que canta, toca violão e guitarra no EP. A apresentação dos Últimos no Teatro Municipal de Bauru aconteceu no mês de março, antes da quarentena. Demais eventos foram adiados por conta da pandemia do coronavírus.

Na gravação, feita em 2019, os integrantes procuraram intercalar instrumentos para “fazer um pouco de tudo”. É o que conta João Albino, voz, guitarra e baixo. “Algo que quisemos trazer para o projeto era que não nos apegássemos em funções, tentando assim facilitar a criação de diferentes tipos arranjos e composições”.

Suas letras navegam por um universo jovem, de quem acabou de terminar os estudos e está à procura de emprego, à procura de um rumo na vida. “Duas das canções nós finalizamos lá no estúdio às vésperas de gravar, o que refletiu diretamente o que estávamos vivendo” compartilha Léo Pacheco, guitarra e baixo.

Referências ao cotidiano em Bauru permeiam as composições. Em Tão Legal: “as bandas tocando som autoral, uma breja, um beijo sensacional. No sítio descalços, no meu quintal. O silêncio, as estrelas, meu mapa astral. Meu sentido, o começo, minha cidade natal. Simples assim, deixar surgir um olhar, um lugar pra sorrir”.

Música da cultura bauruense

“A gente tenta navegar muito com a cena paulistana, a nova vanguarda que está acontecendo agora. Vamos tentar alçar voos para esse lugar”, vislumbra Sinuhe. “Mas nos reconhecemos e nos orgulhamos de ser uma banda do interior”. 

Tanto por isso, o integrante explica a escolha do slogan que acompanha a banda: Bauru, 1996. “A gente tem isso como ponto de partida. Somos cinco bauruenses nascidos na virada do século”. 

A produção autoral em Bauru fervilha entre os mais diversos estilos musicais. No Jornal Dois, já apresentamos iniciativas do rap e do funk. Registramos um pedaço da cultura da periferia no documentário Flux014. Falamos de grupos do samba, cenas do rock, do pop. Fizemos parte do primeiro Prêmio Popular da Cultura Bauruense para reconhecimento desses e dessas artistas. De mês em mês, divulgamos os lançamentos musicais da cidade no Instagram @jornadoisbauru.

Para Sinuhe, essa cena no interior do estado de São Paulo é como uma “coceira”. 

“A gente tem ao nosso lado grandes bandas, grandes artistas que estão fazendo canções autorais e estão tentando promover o movimento autoral dentro da cidade de Bauru. Tem um foco muito interessante e muito agitado, é uma coceira cultural”, avalia o músico.

A outra banda

Os mesmos membros que são os Últimos Escolhidos do Futebol, são também aqueles que integram a Banda Larga. A diferença dessa outra banda é que se trata de um grupo musical voltado para entretenimento em bares, festas e formaturas, que atua em Bauru e região há uma década. 

“Nós já nos conhecíamos e tocávamos juntos na Banda Larga, porém, depois de anos nos palcos da vida, sentimos a necessidade de expandir as nossas possibilidades e montar um projeto com outra proposta, totalmente desvinculado desse primeiro formato de entretenimento”, diz Pedro Nunes, voz, violão, guitarra e baixo. 

A Banda Larga surgiu no antigo colégio Fênix, e não contava com canções autorais, como é o caso d’Os Últimos. Os shows costumavam apresentar covers de bandas do pop rock nacional, como os Mamonas Assassinas. “Somos os mesmos integrantes,mas com um novo propósito, uma nova marca, um novo conceito”, completa Sinuhe. 

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